Não confunda minha alegria com felicidade.

Não minta. Não para mim. Não me deixe mal, eu sei que não quer isso e que nunca faria de propósito. Só cuide suas palavras, por favor. Você diz que me ama, eu acredito, eu te amo também. Mas no dia em que não sentir mais o mesmo, não diga, não continue dizendo que me ama. Não finja. Ou melhor, a partir do dia em que não tiver mais certeza de seus sentimentos, dê um tempo, pare, respire, eu vou esperar. Desde que não me  iluda com palavras de um amor falso, pois isso é o que eu menos preciso agora. Porque eu amo você, eu tenho certeza disso, então eu seria a única a sair machucada nisso tudo. Apenas pense antes de falar, até mesmo de amor.

Eu tento. Eu me esforço para ser tudo o que você quer. Mas ultimamente tenho notado, mais do que nunca, como eu fracasso nisso. Percebi que não chego perto do que você imagina ser a "filha perfeita", mas mãe, acredite, eu dou o meu melhor para ser. As vezes parece que eu não ligo, que sou rebelde e faço tudo para te irritar, mas não é bem assim, não é NADA assim. Muito pelo contrário, essas coisas acontecem a partir do momento que eu vejo quanto você deve sentir vergonha de como sou. Mãe, me escute, tem algumas coisas em mim que eu não posso mudar, por mais que eu queira muito. Só, se coloque eu meu lugar, volte sua mente para quando você tinha a minha idade. Aposto que a sua felação com a minha avó também não era um mar de rosas...

E esse vício doentio e sem sentido, nem razão? Essa mania horrível a qual me apeguei? Aquilo que digo e aconselho qualquer um a pararem de fazer. O meu sangue. É isso que vejo neste momento. O meu sangue a derramar aos montes enquanto lágrimas de meu rosto rolam sem rumo. Estou eu triste? Depressiva talvez? Alguém me fizera mal? Não, não, não. Não tem motivo algum. Mas então, por que? Por que essa vontade não cessa? Por que isso tudo não acaba logo? Eu não sei. Não sei o que fazer, só sei que para eu não consigo. Controle sobre isso não é mais uma opção para mim. Simplesmente não tenho mais.